terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Viagem à Machu Picchu - De Arequipa (PER) à Iquique (CHI)

02/01/2010 - Saímos de Arequipa logo pela manhã, às 08:50h., horário este que acabou se tornando padrão de nossas saídas de todas as cidades.

A saída de Arequipa caracteriza-se por decida de serra, visto ser a última cidade localizada ainda acima de 2.000mts. de altitude antes de chegar-se ao litoral. A paisagem destoa do que havíamos visto nos últimos dias visto que na região já presencia-se o clima desértico repleto de pedras e de alguns poucos cactus.







Chegamos à Moquegua às 10:10h e lá aproveitamos para abastecer os veículos. Nesta localidade existem inúmeras plantações (principalmente pisco) e para ajudar a combater a mosca da fruta tivemos de nos desfazer no controle sanitário de todas as frutas que trazíamos conosco.





Às 13:10h chegamos à Tacna, a última cidade antes da divisa entre Perú e Chile, e também a capital da região de Tacna. Tacna está localizada a 511mts do nível do mar e possui aproximadamente 260 mil habitantes.


Às 13:55h chegamos na Aduana Peruana. Como sempre a saída de um país é muito rápida e às 14:25h já estavamos algo em torno de 300 metros para chegarmos na Aduana Chilena, de onde saímos com todos os trâmites realizados às 15h. Levamos 01:05h para a entrada e saída de cada país. Apesar de bastante desorganizada, foi nestas duas aduanas que mais rápido conseguimos ficar liberados. Vale registrar que inicialmente na saída do Perú nos foi exigido um formulário de "relação de passageiros" e este documento teria de ser comprado no centro de Tacna, cidade que ficava a 40Km de distância da Aduana. Por fim o Valmor conseguiu com um dos fiscais da aduana o formulário para que pudéssemos preenchê-lo.



Aduana Peruana
Entrada no Chile



Na entrada do Chile enfrentamos pela primeira vez a dificuldade de fazer câmbio de dólares para a moeda local. Até então, em cada país que chegávamos conseguimos fazer câmbio a um bom preço diretamente na Aduana, sem precisar procurar muito. Já na entrada do Chile não existe local para fazer câmbio diretamente na Aduana. Além disto ainda tinhamos conosco Soles (moeda peruana) que necessitava ser trocada pois não a usaríamos mais (trocamos os Soles dias mais tarde em San Pedro de Atacama com um deságio de 30%). Abastecemos os carros em Arica, primeira cidade chilena pagando o abastecimento com cartão de crédito. Como não conseguimos fazer câmbio seguimos de Arica diretamente para Iquique, sem ter conosco nenhum peso chileno, nem mesmo para comprar água ou comida.



Apesar das cidades de Arica e Iquique serem litorâneas, não existe uma estrada litorânea que ligue as duas cidades. Vale ressaltar que o litoral do Oceano Pacífico é completamente diferente do litoral do Oceano Atlântico. No Pacífico, vê-se pouca areia nas praias, predominando as pedras na beira-mar. Além disto, praticamente não existem lugares planos no litoral, a cordilheira estende-se até a beira-mar, impedindo inclusive que hajam estradas costeando o mar. Os poucos lugares planos na beira-mar são justamente onde encontram-se as principais cidades como Arica, Iquique e Antofagasta. Este fato fez com que tivéssemos de subir e descer grandes vales diversas vezes, subindo e descendo o Vale Chaca, a Costa Camarones, a Costa de Tana e a Costa de Tiliviche. Em cada subida e descida em cada uma destas costas saíamos do nível do mar e subíamos à 1.100 ou 1.200 metros de altitude, isto em poucos quilômetros. A estrada fica ao lado de verdadeiros abismos. Estávamos percorrendo a Ruta 5.



Estrada que liga Arica à Iquique





Apesar de estarmos próximos do litoral a paisagem não mudou em nada. As raras vezes que víamos vegetação era no leito de alguns rios.



Às 17h avistamos os Geóglifos de Chiza: enormes figuras humanas e de animais feitas com o agrupamento de milhares de rochas, construídos pelos povos atacamenhos muito antes da chegada de Cristóvão Colombo à América. Os geoglifos, verdadeiros monumentos arqueológicos, são encontrados em várias partes do Deserto do Atacama.



Geóglifos de Chiza



Chegamos em Iquique por volta das 19h., após termos percorrido mais de 700Km neste dia. De imediado nos colocamos à procurar um Hotel e logo nos deparamos com um grande problema: estávamos em pleno sábado, dia 02 de Janeiro e todos os hotéis estavam lotados por conta dos pacotes de ano novo. Depois de muito procurar, mantendo contato com aproximadamente 10 hotéis (contamos com o auxílio de um dos hotéis que ligou para outros 3 buscando vagas), acabamos nos instalando o Hotel Majestic, localizado a duas quadras do mar, na Praia Brava, e com diária de US$ 70,00, abaixo dos demais hotéis de Iquique, mas com ótima qualidade.



Hotel Majestic



Saímos para jantar já por volta das 22h. em local próximo ao Hotel.



Apesar de não termos comentado em nenhum dos dias anteriores, já estávamos acostumados a não almoçar nos dias em que percorríamos grandes distâncias. Este fato não era uma opção nossa e sim em decorrência da ausência de estrutura turística entre as cidades que passávamos. Nos trechos que percorremos por muitas vezes foi comum rodarmos 200 ou 300Km e só encontrarmos postos de combustível no caminho, localizado em pequenos povoados abandonados no meio de um quase deserto. Um exemplo típico foi este dia de viagem entre Arequipa e Iquique. Dos mais de 700Km rodados passamos praticamente todo o dia vendo areia, pedras, vales e nada mais. À esta região só falta o título de "deserto", pois a geografia e o clima já o permitem adotar este nome.

6 comentários:

  1. É MUITO SACO VIAJAR PELO DESERTO.

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  2. CARO AMIGO ANÔNIMO !

    Vc está dizendo isso porque provavelmente nunca esteve em uma paisagem desértica. Ainda que a paisagem seja um tanto"monótona", o lugar em si é deslumbrante, tem uma beleza especial ... Amigos Blogueiros que realizaram esta linda aventura ,Parabéns, que viagem maravilhosa ... já estou organizando uma expedição parecida com a sua aventura, fte abço, Evandro S.

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  3. ops ... endereço errado, agora sim !

    http://sulamericaoffroad.blogspot.com

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  4. Olá, é verdade que no trecho Arica - Iquique ocorrem tempestades de areia, e o caminho todo tem vento que desestabiliza o carro? Viajaremos por lá no fim do ano e queremos saber se devemos seguir por outro caminho (se é que essa opção existe) :-) Desde já agradeço e parabenizo pelo passeio e pelo blog.

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  5. Sobre tempestades de areia, não tenho a informação para lhe dar. Nós também fomos no final do ano e não tivemos problema algum ao rodar por lá. Fico feliz que tenhas gostado do blog.

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  6. nossa viajar pelo Deserto é simplesmente magnifico, realmente um pouco de verde faz falta... mas é um visual totalmente diferente que estamos acostumados, a costa do Pacífico Chileno é de tirar o fôlego... Iquique com certeza estará em nosso roteiro, ao que vcs relataram a cidade deve lembrar bastante Antofagasta, a qual ficamos apaixonados na nossa visita por lá na volta do Atacama, descemos acompanhando o Pacifico até Santiago... E não teve nada de "saco" em viajar por esse deserto maravilhoso... Abraços!!! Estamos adorando as dicas, mto obrigado! Lagartixas do Asfalto - Aventura sobre duas rodas.

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