CHUQUICAMATA, Chile, Nov 22 (AFP) - Um gigantesco buraco onde é grande o vaivém de caminhões: essa é Chuquicamata, a maior mina aberta do mundo, que se tornou atração turística no deserto chileno e de onde partem milhares de toneladas de cobre com destino à China.
Todas as tardes, um ônibus da Codelco, a maior empresa mundial de cobre, deixa cerca de 50 visitantes em um mirante que oferece uma vista panorâmica da mina, situada no coração do deserto do Atacama (1.000 km ao norte de Santiago).
"Recebemos pelo menos 35.000 visitas por ano, 42.000 de estudantes e 2.000 de caráter técnico", explicou à AFP Patricio Huerta, do serviço de Relações Públicas.
Alguns são jovens viajantes, especialmente europeus, seguindo a rota do guerrilheiro argentino-cubano Ernesto "Che" Guevara, que justamente em Chuquicamata (em 1952) tomou conhecimento das duras condições de vida dos mineiros.
Em 90 anos de exploração industrial, Chuquicamata se ampliou, e a Codelco desenvolveu outras minas próximas, como Radomiro Tomic e Mina Sur. De qualquer modo, "Chuqui" continua sendo a mais impressionante, com seus 4,3 km de comprimento, 3 km de largura e 825 metros de profundidade.
A alta nas cotações mundiais do cobre e o poder da demanda chinesa são palpáveis em Chuquicamata, cujas instalações funcionam 24 horas por dia.
Jorge Tenorio, de 56 anos, vigia com um olhar atento a embalagem de grandes placas vermelhas de cobre saídas da fundição-refinaria, sobre as quais se coloca a menção "CCC" (Companhia Codelco Chile) antes de serem exportadas pelos portos de Antofagasta e Mejillones.
"Há um ou dois anos que os embarques são muito fortes para a Ásia, China e Coréia do Sul. Antes era sobretudo para os Estados Unidos e a Europa. Há missões chinesas, chineses que vêm ver a 'Chuqui'", diz ele.
"Tiram muitas fotos, fazem perguntas, vêem os nossos produtos. Também há engenheiros chineses que vêm verificar nossos produtos (...) São exigentes, mas nosso produto é de alto nível", defende Tenorio, que é chefe da unidade de embarques da refinaria do cobre.
A Codelco acelerou o desenvolvimento de sua seção norte (Codelco Norte), da qual Chuquicamata depende, para elevar a produção das três minas de Atacama de 900.000 toneladas por ano (65% da produção do grupo Codelco) para mais de um milhão de toneladas ao ano.
Além da modernização da refinaria e de duas novas minas em projeto (Mansa Mina e, possivelmente Gaby, esta última com a estatal chinesa Minmetals), as etapas seguintes prevêem escavar mais 300 metros em Chuquicamata e passar, até 2014, à exploração subterrânea da mina até 1,5 km de profundidade.
Não há temores de que o cobre se esgote: as concessões administradas pela Codelco Norte cobrem uma extensão de 60 km de comprimento por 35 de largura.
De acordo com o diretor de inovação tecnológica em Chuquicamata Norte, Leonardo Cornejo Figueroa, trata-se do maior potencial do mundo, "com mais de 17 bilhões de toneladas de recursos geológicos, com 3,5 bilhões de toneladas de reservas verificadas".
Isso significa que em 90 anos de exploração de Chuquicamata, apenas um terço do cobre da área terá sido extraído.
Reserve seu passeio de segunda a sexta-feira a partir das 14h pelo email visitas@codelco.cl.
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